Milan Fashion Week – crise de identidade

Não é necessário ter um olho clínico para moda, para se notar que há algo de diferente na Bottega Veneta. Em primeiro lugar que os clássicos tons de bege da marca, agora dão lugar a tonalidades, ainda que apagas, de diferentes cores, como verde, ocre e até um pouco de amarelo. Em segundo lugar, as roupas do verão 2009 parecem muito mais destinados à uma menina jovem, do que àquela mulher adulta e decida que conhecemos.

E por último, e talvez o mais alarmante, é que o Tomas Maier, diretor criativa da marca, parece estar se focando muito nas tendências do planeta fashion. Transformando a atitude urbana em campestre, com estampas florais bem levadas, vestidos de tecidos que pareciam papéis de parede, com aspecto envelhecido e manchado.


Ok, as roupas continuam ótimas, super bem acabadas. Os primeiros looks em couro, devem ter exigido um extremo trabalho manual para deixar as roupas macias e confortáveis. E até mesmo os últimos looks, aqueles com estampas e lavagens que remetiam à papeis de parede e cortinas envelhecidos tinham seu valor. Mas de novo, não se encaixam na mulher Bottega Veneta que conhecemos, e parece querer seguir de mais as tendências de estação.

O sucesso da marca vem justamente do fato de não carregar logos, de não ser uma roupa trendy, de estação, e sim algo mais perene, com um quê de clássico, mas sem perder atualidade e informação de moda. Algo que dure mais do que uma estação. Daí o porque de se perguntar se a Bottega Veneta precisa mesmo entrar nessa onde de seguir tendências, ainda que de forma bem sutil.


Outra grife que parece um pouco perdida em relação à seu público é a Slavatore Ferragamo. Sua última coleção, de vestidos soltos, com bastante plissados, em tecidos brilhosos em tons mais ácidos e vivos, flertavam com o sportswear dos anos 80, num jeito um pouco moderno de mais para os clientes que estão acostumados com os clássicos sapatos e acessórios de couro.

De duas, uma. Ou realmente Cristina Ortiz não sabe para quem está desenhando, ou a marca está querendo atrair uma outra clientela, mais jovem, contemporânea, e disposta a vestir vestidos com calças de couro e fivelas de cinto e sapato, tudo em formas bem amplas e soltas – as vezes até demais. Ortiz parece quer dar muito fluidez a seus tecidos deixando-os soltos de mais, o que algumas vezes acaba na favorecendo o corpo feminino – leia-se de uma mulher real, não de uma modelo. Seja por ter muito volume, ou por ser desestruturado demais.


No fim, o que se sai melhor mesmo, e também mais próximo daquela mulher Salvatore Ferragamo que conhecemos, são os looks mais de alfaiataria, com boas calças pantalonas e boas camisas.


VER MAIS...........

1   Coleção renner de Camisa Polo 2019


2 Blusas Renner : O inverno chegando



Abraços até a próxima .........
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